Gestão Financeira

O que é Custo da Mercadoria Vendida (CMV) e como calcular?

Descubra o que é cmv e como ele ajuda a entender se sua empresa está dando lucro.

PUBLICADO EM 29 DE janeiro DE 2024 9 minutos de leitura

É comum a gente achar que uma loja cheia de gente, em que o dinheiro está entrando no caixa, é sinônimo de sucesso financeiro. Muitas vezes isso é verdade, mas será que todas as vendas geram lucro? 

Para entender se a sua empresa está com um bom desempenho financeiro, é preciso ver mais que o seu faturamento. Uma das formas de conseguir avaliar a situação com maior precisão, ou seja, como está o controle financeiro da loja, é pelo cálculo do CMV, ou seja, o Custo da Mercadoria Vendida

Se você ainda não sabe o que é CMV, não se preocupe, a gente vai explicar tudinho nesse texto.

O que é CMV? 

O CMV é o valor total gasto para adquirir, estocar e vender os produtos que foram comercializados durante um determinado período. Para entender o que significa CMV, é preciso levar em consideração que esse cálculo é crucial para avaliar a eficiência operacional, a rentabilidade e a gestão financeira de um negócio.  

De um modo geral, o CMV inclui o custo de produção ou compra de mercadorias, como matérias-primas, mão de obra direta e custos indiretos associados à produção ou aquisição dos produtos. Entender o CMV na contabilidade é fundamental para quem deseja criar uma boa estratégia de precificação, tomar decisões de estoque acertadas e maximizar os lucros em um negócio.

A importância do CMV 

O CMV desempenha um papel fundamental na gestão financeira de empresas, proporcionando uma visão abrangente dos custos diretos associados à produção ou aquisição de mercadorias. Essa métrica é crucial para avaliar a rentabilidade das operações, permitindo que os gestores determinem se os preços de venda são adequados para cobrir eficientemente os custos incorridos. Além disso, o CMV é essencial para o controle de custos, possibilitando ajustes estratégicos para otimizar a eficiência operacional e manter a competitividade no mercado. 

Ao entender o CMV, os empresários podem tomar decisões mais informadas sobre a precificação de produtos, o gerenciamento de estoques e a formulação de estratégias de negócios. Essa métrica não apenas fornece uma base sólida para a tomada de decisões financeiras, mas também é crucial para a análise da saúde financeira em geral. Variações no CMV ao longo do tempo oferecem insights valiosos sobre a eficiência operacional e podem destacar áreas que exigem atenção para melhorar a rentabilidade. 

Ou seja: o CMV é uma ferramenta indispensável que capacita gestores a otimizar operações, tomar decisões estratégicas e garantir a sustentabilidade financeira a longo prazo.

Como calcular o CMV? 

Ao se falar de um indicador financeiro, uma das principais dúvidas é sobre como fazer seu cálculo. No entanto, a fórmula custo da mercadoria vendida é bem simples. O CMV pode ser calculado usando a seguinte fórmula básica: 

CMV = Estoque Inicial + Compras − Estoque Final 

Onde: 

Estoque Inicial: Representa o valor total das mercadorias disponíveis no início do período contábil. 

Compras: Refere-se ao valor total das mercadorias adquiridas durante o período. 

Estoque Final: Indica o valor total das mercadorias disponíveis no final do período contábil. 

O resultado do cálculo do CMV fornece o custo total das mercadorias que foram vendidas durante o período. É importante garantir consistência nas unidades de medida ao calcular o CMV, seja em termos monetários ou físicos. 

Considere esse exemplo simples: 

  • Estoque Inicial: R$ 10.000,00 
  • Compras: R$ 30.000,00 
  • Estoque Final: R$ 5.000,00 
  • CMV = 10.000 + 30.000 − 5.000 
  • CMV = 35.000 

Neste caso, o Custo de Mercadoria Vendida seria R$ 35.000,00. 

Lembrando que, para empresas que fabricam produtos, o CMV pode incluir custos diretos de produção, como matéria-prima, mão de obra direta e custos indiretos associados à produção. Para empresas que revendem produtos, o CMV inclui o custo de aquisição desses produtos. 

Como calcular o CMV no DRE? 

Você pode estar pensando em como incluir o CMV no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e a boa notícia é que isso não é difícil. Após fazer o cálculo do CMV como mostramos acima, o valor encontrado é subtraído da Receita Bruta para calcular o Lucro Bruto. Desse modo, a estrutura geral do DRE seria: 

Receita Bruta − Deduções da Receita = Receita Líquida de Vendas − CMV = Lucro Bruto 

A Receita Líquida de Vendas menos o CMV resulta no Lucro Bruto, que é um indicador importante da rentabilidade operacional da empresa.

O que não entra do cálculo do CMV? 

O CMV reflete os custos diretamente associados à produção ou aquisição de mercadorias que são efetivamente vendidas durante um determinado período. No entanto, alguns elementos não são considerados para o seu cálculo. Entre eles estão: 

Despesas Operacionais (Custos Indiretos): atente-se ao fato de que o CMV se concentra nos custos diretos relacionados às mercadorias, como matéria-prima, mão de obra direta e custos de produção diretos. Despesas operacionais, como salários administrativos, despesas de marketing e despesas gerais, não devem ser incluídas. 

Custos Financeiros: as despesas como juros sobre empréstimos, não fazem parte do CMV, afinal ele está mais relacionado aos custos de produção ou aquisição de mercadorias, enquanto os custos financeiros estão associados ao financiamento e à gestão de dívidas. 

Impostos e Encargos Sociais: os impostos sobre vendas e os encargos sociais, como contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento, não são considerados no CMV. Esses são custos adicionais que não estão diretamente ligados à produção ou aquisição de mercadorias. 

Custos de Depreciação e Amortização: não inclui custos não monetários, como depreciação de ativos ou amortização de intangíveis. Esses custos são contabilizados em outras partes das demonstrações financeiras. 

Custos não Relacionados à Produção de Mercadorias: os custos associados a serviços, se não estiverem diretamente relacionados à produção de mercadorias, não fazem parte do CMV. Lembre-se que ele é específico para empresas que estão envolvidas na produção ou venda de bens tangíveis. 

É importante entender a distinção entre o CMV e outros elementos dos demonstrativos financeiros para realizar análises financeiras precisas e tomar boas decisões estratégicas. Se você quer facilitar o cálculo do CMV, conte com um sistema de gestão que faça esse processo automaticamente. Saiba mais aqui

O custo da mercadoria vendida é ativo ou passivo? 

Uma grande dúvida de muitos empresários é sobre como classificar o CMV. A verdade é que ele não é classificado como ativo nem passivo nos demonstrativos financeiros. Entenda. 

O CMV nada mais é que uma despesa na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), refletindo os custos diretamente associados à produção ou aquisição de mercadorias vendidas durante um determinado período. 

Nos termos contábeis, o CMV é subtraído da Receita Bruta para calcular o Lucro Bruto, e não é registrado no Balanço Patrimonial como um ativo ou passivo. É uma despesa que reduz a receita líquida e, consequentemente, o lucro líquido. 

Ativos e passivos, por outro lado, são componentes do Balanço Patrimonial. Ativos representam recursos controlados pela empresa, enquanto passivos representam obrigações ou dívidas. O CMV não se enquadra nessas categorias, pois está relacionado aos custos de produção ou aquisição de mercadorias para venda.

Outros indicadores financeiros para o seu negócio 

Se você deseja saber como melhorar o desempenho da sua loja, cortar gastos e aumentar a rentabilidade, precisa conhecer os indicadores financeiros mais importantes. A escolha desses indicadores pode variar de acordo com o setor, tamanho da empresa e seus objetivos específicos. No entanto, alguns deles são considerados fundamentais para avaliar a saúde financeira e o desempenho de um negócio. Entre eles, estão: 

Margem de Lucro Bruto: avalia a eficiência nas operações, mostrando quanto dinheiro a empresa retém após a dedução dos custos diretos de produção. 

Margem de Lucro Líquido: indica a porcentagem de lucro líquido em relação à receita total. É uma medida da rentabilidade geral. 

Giro do Ativo: avalia a eficiência na utilização dos ativos da empresa para gerar receitas. 

Prazo Médio de Pagamento (PMP): mede o tempo médio que uma empresa leva para pagar suas contas a fornecedores. 

Liquidez Corrente: indica a capacidade de a empresa cobrir suas obrigações de curto prazo. 

Endividamento Total: avalia a proporção de dívidas em relação ao total de ativos da empresa. 

Retorno sobre o Investimento (ROI): mede a eficácia do investimento em termos de retorno financeiro. 

Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização): representa a capacidade da empresa de gerar lucro operacional, excluindo custos financeiros e não operacionais. 

Taxa de Crescimento da Receita: avalia o crescimento percentual das receitas ao longo do tempo. 

Lembre-se que a seleção dos indicadores financeiros mais relevantes depende da natureza específica do seu negócio e dos objetivos estratégicos. É importante adaptar a análise financeira às características e metas únicas da sua empresa. 

Com tantos indicadores interessantes para analisar, contar com um sistema de gestão financeira pode fazer toda a diferença no cálculo e visualização dos resultados da sua empresa. Hoje, existem muitas opções no mercado e o Hiper oferece uma que é feita sob medida para pequenos empreendedores. Acesse agora e confira todos os diferenciais desta ferramenta. 

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